sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Voa pra longe..

Uma vez ouvi de um passarinho a notícia de que as árvores estavam deixando a cidade, e ele me pediu para fazer algo, e aqui estou,mesmo não sendo muita coisa, meu caro, fazendo o possível para disseminar esta mensagem.

É triste, numa cidade como Salvador, áreas verdes seculares estão desaparecendo a cada dia que passa e o que fica em seu lugar é um cinza-progresso, um cinza-cimento, um cinza-destruição. O primeiro ponto a ser pensado é na importância que o verde tem em nossas vidas, é ele que areja, dá sombra e que faz chover nas cidades cada vez mais quentes, escaldantes e secas. Realmente, já não é mais empolgante olhar pela janela. O ritmo das construções é tão acelerado e preocupante que há uma grande quantidade de pessoas – centenas, milhares – empilhadas em cubículos (apartamentos), que alguns insistem em chamar de residência.

O segundo ponto a ser pensado são os impactos ambientais gerados pelo desmatamento e pela destruição das áreas verdes dentro das cidades. O pouco que resta da Mata Atlântica – a exemplo de Salvador – hoje é destruído para se levantar mais prédios e mais condomínios de luxo. Os impactos ambientais são graves, desequilíbrio da fauna (animais invadem as áreas residenciais), diminuição na quantidade de chuvas, ilhas de calor (elevação da temperatura em áreas específicas), entre outros.

É de extrema importância estar a par dos danos que sofre hoje o meio ambiente e agir para impedir que outros apareçam e/ou se agravem. Dependemos da natureza e dela temos que cuidar, antes que seja tarde demais.


Para Adriana Medeiros

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A sociedade dos valores mortos

... .....A estrutura social que rege as diretrizes da cultura ocidental atualmente enfrenta valores contraditórios. Enquanto cresce a interdependência de setores de sua composição, exigentes do ideal coletivo, observa-se a tendência do comportamento individualista do ser humano a prevalecer em suas decisões.
..........A corrupção é um clássico exemplo em que o direcionamento das atitudes humanas se rende à fraqueza do benefício próprio. Em suas múltiplas formas de ocorrência, sua raiz está num problema de ordem ética. E é esta mesma a que carece de valores sociais pelos corruptos. A postura eticamente correta é quem mobiliza uma parcela a se indignar por tais atitudes e a lutar para corrigí-las.
..........Correções incomodam, talvez mais que o erro, e este seja assim o motivo da acomodação de uma grande maioria que agindo seria capaz de frear a folga com que corrompe-se a minoria. Não sabe ela, em estado de tamanha fragilidade e desarticulação, de suas possibilidades. Está ocupada demais com problemas do contexto indivdual para tentar compreendê-las.
..........E a compreensão, dor de cabeça dos que a descobrem, é uma percepção que não se esgota. Quando o homem se deixa procurá-la incessantemente, torna-a um fato existencial e não demora a desencadear outro, de mesma ordem, quando cria a necessidade de transformar a realidade compreendida. Eis a sua luta.
..........Homens que se descobrem ávidos por lutar engajam-se em causas nem tão propriamente suas, mas de um grupo que se identifica com a mesma necessidade, que sente o mesmo incômodo, indivíduos que se enxergam como parte de um corpo social, um homem movido pela repulsa à injustiça.
..........A educação dos novos homens tem o dever de preocupar-se com a formação de valores que lhe permitam quebrar a comum indiferença para com a luta alheia, um mal que atinja indiretamente aos que não sofrem a própria ação injusta. Quando os homens forem irmãos na luta, formarão enfim uma sociedade em que todos busquem a evolução dos seus valores, mantendo ativos aqueles essenciais, intrínsecos ao seu próprio conceito, coletivo.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Uma perigosa inversão histórica

7 de setembro, feriado. Uma folgazinha numa semana de trabalho para alguns, para outros, uma oportunidade para viajar, se divertir, esquecer dos compromissos e relaxar. Cuidado, esse dia foi um marco importante na história do nosso páis. Cheio de glórias, o pomposo Imperador decretou a nossa independência. Será?

Ao longo dos anos, a história do nosso país foi escrita pelas mãos de uns poucos poderosos, uns poucos com interesse em modificar a verdade a seu favor. De uma colonização ao acaso até uma democracia recém nascida, passando por um estupro étnico sofrido pelos índios e escravos, 3 séculos de escravidão “às claras”, e uns resquícios disfarçados, o “entreguismo” econômico durante o século XX, e finalmente, o regime militar. Todos esses acontecimentos históricos foram alterados/modificados com o passar do tempo. Eu prego criticidade.

Novamente, 7 de setembro. Não é um dia qualquer, é um dia de reflexão. Refletir sobre o verdadeiro significado desse dia é necessário. Não houve grito do Ipiranga, não houve independência de fato, houve mais um conchavo da elite, e o nascimento de uma economia já em dívidas. A economia mudou pra pior, mas a política continuou a mesma, e será que hoje podemos nos considerar independentes? Não, dificilmente não. Depois de anos ainda nos segue o ranço da colonização que tanto explorou e tanto usurpou dessa terra.

Portanto, termino essa mensagem dizendo que é preciso revisar os conceitos e perceber que alguns deles podem ter sido influenciados por essa minoria que tenta ao máximo esconder a verdade para o seu privilégio. Viva à um 7 de setembro crítico e consciente.



Independência ou morte?

Desde 1822 até 2010, 188 anos de prisão, sim, prisão e manipulação da grande massa alienada. Precisa-se urgentemente de liberdade e independência, liberdade de pensamento, liberdade religiosa, liberdade sexual, liberdade racial, liberdade da liberdade.

Não tem como viver em sociedade sem liberdade, um estado de direito TEM que ser livre e independente, entretanto a política nos aprisiona com suas ideologias de coligações opostas, as televisões com seus oligopólios nos mantêm refém de suas programações, classes sociais oprimem outras ditando tendências.

Somente os que não conseguem pensar por si só precisam de alguém pra dizer como e quem pensar, então por que não temos a liberdade de pensar agir por nós mesmos? Por que somos tratados como adolescentes menores? Por que não podemos decidir por nós mesmos? Certo que muitos não sabem nem o que produz com sua mão-de-obra, mas com uma reformulação da conscientização dos que não são alienados, podemos mudar e viver em plena liberdade de direito.

CHEGA DE TUTORES, chega de obedecer a ordens, já que somos tratados como adolescentes, vamos fazer que nem eles quando querem mais independência e liberdade, vamos agir com REBELDIA. Vamos fazer a REVOLUÇÃO que nos dará a independência de verdade, somos dependentes porque NUNCA na história desse país houve uma revolta pela independência.

Entre essa falsa independência em que vivemos ou a morte, me unirei aos outros que não vivem mais entre nós.


Por Danilo Sobral

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Manutenção de um revolucionário

....... Quando alguém desperta e se descobre um revolucionário, passa a sentir a necessidade de crítica e mudança para justificar sua própria existência.
........É assumido um compromisso coletivo, mas que só tem valia depois de ser um compromisso próprio. Tomar consciência de um revolucionário por um dia acontece sempre, por aí, após uma palestra, uma sacada com a observação de algo aparentemente banal, ou um calo no sapato insistente a qualquer passo.
.......Isso transforma sua postura diante das situações, e quando da freqüência destas sensações, com palavras e atuações, se passa enfim a transmitir uma essência revolucionária. Algo que ganha outro sentido quando compartilhado por mais pessoas da convivência. Um revolucionário é o que pensa, e ele pensa conserto, adequação, mudança que não se faz tão somente só.
.......Mas a vida é tão dinâmica. A fugacidade do tempo tenta roubar momentos pensantes, vão se organizando as prioridades para as idéias que povoam a mente. A individualização das prioridades desarticula a sintonia entre pessoas ditas idealistas de revoluções. O estacionamento é possível, como também a regressão.
.......A mente que saiu de alguma forma de alienação pode sim, voltar a se perder por caminhos diversos. Mas uma vez tido seu momento de revelação, tudo passa a acontecer de forma mais consciente e então, mesmo fingindo a cegueira, lá no fim está ela, a culpa.
.......Toda inteligência carrega consigo um peso de responsabilidade. E a do revolucionário seria aquela de estar sempre pronto à luta, de estar sempre atento ao olhar crítico do que acontece em volta. Sempre mesmo?
.......Existe uma carga a se assumir quando se quer incorporar qualquer ideal de revolução para toda a sua vida. Geralmente as transformações que almejamos exige uma dedicação inteira. E o homem na sua totalidade, carrega consigo suas fraquezas.
........Portanto, acredito que um revolucionário não tem férias, por assim dizer. Mas pode, e é saudável ,  que passe por momentos hiatos em que não se sente produtivo, anda com os bois, respira o sistema que é seu próprio objeto de crítica.
........É É justamente uma angústia que percebe em si com tal vivência que o busca e traz de volta à luta. Com suas parcelas de constrangimento pela ausência. Por não crer na própria mudança e dificultar a esperança da transformação coletiva.
.........São palavras de uma revolucionária sufocada por dilemas, largada diante da luta. Que só poderia voltar a produzir depois de um desabafo que lhe abriria novamente as cordas do ringue. Estas nunca devem estar abaixadas para uma volta.
.........Que este texto sirva de motivação. Nunca é tarde. Não desistamos da luta!