quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Manutenção de um revolucionário

....... Quando alguém desperta e se descobre um revolucionário, passa a sentir a necessidade de crítica e mudança para justificar sua própria existência.
........É assumido um compromisso coletivo, mas que só tem valia depois de ser um compromisso próprio. Tomar consciência de um revolucionário por um dia acontece sempre, por aí, após uma palestra, uma sacada com a observação de algo aparentemente banal, ou um calo no sapato insistente a qualquer passo.
.......Isso transforma sua postura diante das situações, e quando da freqüência destas sensações, com palavras e atuações, se passa enfim a transmitir uma essência revolucionária. Algo que ganha outro sentido quando compartilhado por mais pessoas da convivência. Um revolucionário é o que pensa, e ele pensa conserto, adequação, mudança que não se faz tão somente só.
.......Mas a vida é tão dinâmica. A fugacidade do tempo tenta roubar momentos pensantes, vão se organizando as prioridades para as idéias que povoam a mente. A individualização das prioridades desarticula a sintonia entre pessoas ditas idealistas de revoluções. O estacionamento é possível, como também a regressão.
.......A mente que saiu de alguma forma de alienação pode sim, voltar a se perder por caminhos diversos. Mas uma vez tido seu momento de revelação, tudo passa a acontecer de forma mais consciente e então, mesmo fingindo a cegueira, lá no fim está ela, a culpa.
.......Toda inteligência carrega consigo um peso de responsabilidade. E a do revolucionário seria aquela de estar sempre pronto à luta, de estar sempre atento ao olhar crítico do que acontece em volta. Sempre mesmo?
.......Existe uma carga a se assumir quando se quer incorporar qualquer ideal de revolução para toda a sua vida. Geralmente as transformações que almejamos exige uma dedicação inteira. E o homem na sua totalidade, carrega consigo suas fraquezas.
........Portanto, acredito que um revolucionário não tem férias, por assim dizer. Mas pode, e é saudável ,  que passe por momentos hiatos em que não se sente produtivo, anda com os bois, respira o sistema que é seu próprio objeto de crítica.
........É É justamente uma angústia que percebe em si com tal vivência que o busca e traz de volta à luta. Com suas parcelas de constrangimento pela ausência. Por não crer na própria mudança e dificultar a esperança da transformação coletiva.
.........São palavras de uma revolucionária sufocada por dilemas, largada diante da luta. Que só poderia voltar a produzir depois de um desabafo que lhe abriria novamente as cordas do ringue. Estas nunca devem estar abaixadas para uma volta.
.........Que este texto sirva de motivação. Nunca é tarde. Não desistamos da luta!

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